segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

V

Ele a fitava. Aquele sorriso bobo e olhos fechados sob sobrancelhas franzidas pareciam cada vez mais lindos. Quis saber no que ela estava pensando, mas preferiu não falar nada, apenas a abraçou.
O cheiro do seu cabelo ainda era o mesmo, durante todo os dias foi o mesmo. Um cheiro único, só dela. Caiu novamente nas lembranças daquela outra manhã.
-
Aquele pulo repentino o pegara de surpresa e quase o derrubara no chão. Após alguns poucos segundos, passado o susto, envolveu forte um dos braços na cintura dela, que agora era dele. Todo aquele corpo seria. Ergueu-a um pouco do chão, de tão forte que a abraçara.
Sentiu o cheiro daquele cabelo liso e macio. Era suave, gostoso, como nenhum outro. Beijou-lhe a nuca, sentindo o gosto da sua pele pela primeira vez, era delicioso. Se fosse um vampiro, tinha certeza que iria querer tomar-lhe o sangue naquele momento.
Pondo-a no chão, tirou os cabelos caídos sobre aquela face que não conseguia parar de olhar, fitou-a bem nos olhos, através daquelas lentes manchadas do abraço, segurou entre as mãos frias o rosto corado e, finalmente, beijou, como a tanto tempo sonhava, os lábios úmidos e salgados de lágrimas.
-
- No que você tá pensando?
A voz parecia vir de longe, mas ela estava falando dali, de dentro do abraço. Fitou como da primeira vez aqueles olhos castanhos, segurou novamente aquele rosto entre as mãos e beijou-a. Sentiu que ela amoleceu, assim como havia sido daquela primeira vez.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

IV

O ônibus finalmente chegara ao seu destino. A senhora ao seu lado, ao ver que estava desperta, desatou a falar mais uma vez. Não ouvia uma palavra, só estava ansiosa para sair dali.
Observava os passageiros sumindo um por um pela porta e quase atropelava a velhinha para que pudesse sair logo, também.
Pegou a mochila que estava no bagageiro acima de seu assento, pôs sobre os ombros e começou a andar lentamente atrás de todas aquelas pessoas. Será que ele já estaria lá? Se não, quanto tempo ainda precisaria esperar? Tinha vontade de pedir para aquela senhora se calar!
Chegaram nos degraus e ela já conseguia olhar lá fora. Sorriu. Via o sol, finalmente, naquela manhã e ele não estava no céu.
Andou em sua direção, sorrindo sempre. Não conseguia pensar em nada, seus dedos congelavam como os de um morto, apesar de ter certeza de que seu coração estava batendo, e forte.
-Tá frio, ? - de súbito, pendurou-se no pescoço dele em um longo e forte abraço. Ainda sorrindo, sentiu lágrimas escorrendo em sua face.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

III

A luz forte dos faróis do ônibus quase cegaram seus olhos, mas ele tinha medo de fechá-los e, quando os abrisse, tudo não ter passado de um sonho.
Os passageiros desciam lentamente do veículo já parado na garagem. De repente, se viu cercado de muitas pessoas que também esperavam alguém chegar. O pastor ao seu lado foi o primeiro a se retirar, após receber sete ou oito fiéis com muitos gritos de "Aleluia!" e "Paz do Senhor, irmão". Depois foram buscar as malas e deram espaço para os outros passageiros desembarcarem.
Vira, em seguida, um casal jovem e com aparência cansada de pós-viagem. Esses foram recebidos por um casal mais velho e um rapazinho de uns 15 anos. Ouviu algum comentário sobre "a barriga que já estava aparecendo", mas não deu importância. Não conseguiu tirar os olhos da porta por onde desciam as outras pessoas.
Um homem que passou rápido e sozinho, que não foi recebido por ninguém e sequer foi buscar as malas, foi o próximo.
Uma família de quatro pessoas desceu logo em seguida; o pai carregando uma menininha adormecida no colo e a mãe com um bebê chorando, atrás. Se espantou com como parecia grande a diferença de idade dos dois. Depois sorriu ao pensar como isso é irrelevante diante do amor.
Num tempo que pareceu uma eternidade, viu o esboço das duas próximas pessoas: à frente uma senhora que olhava para trás e falava sem parar (até receou que a pobrezinha errasse os degraus da escada), mas logo esqueceu a velhinha. Como se não houvesse mais nada ao seu redor, olhava apenas o semblante que tanto aguardava vindo logo atrás dela.
De tênis e jeans, mochila, uma camiseta conhecida, um casaco aberto por cima e as mãos agasalhadas, a única coisa visível era seu rosto.
A pele quase branca, olhos castanhos contornados por um preto já um pouco borrado e por trás de lentes transparentes de um óculos com armação quadrada. Lábios de cor rosada que sorriam largamente. Cabelos lisos e quase pretos descendo até o meio das costas, emolduravam aquela face. E uma franja caindo sobre o lado direito da testa. Ela parecia emanar uma luz própria, mais forte que o sol, ainda escondido naquela manhã. Agora, tudo parecia mais iluminado.
Não parecia ter passado apenas alguns segundos, mas uma eternidade, e ela já estava ali, na sua frente. Até os olhos dela sorriam.
- Tá frio, né? - Uma voz fraca trazendo uma sotaque puxado e uma melodia suave encheram de alegria seus ouvidos...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

II

Olhando fundo nos olhos dele, viu que pareciam perdidos, distantes. Recordou quando os vira pela primeira vez. Eram luz numa manhã cinza, eram o repouso depois de uma longa viagem. Mergulhou nas lembranças do primeiro dia. Seu olhar também começava a se perder.
Ainda era noite quando chegou ao aeroporto, ligou para os pais e falou que estava tudo bem e logo iria para a rodoviária. Discou o segundo número, falou o mesmo, só a respiração era diferente. Era pesada, profunda.
Havia mais algumas pessoas, naquela salinha, que pegariam o mesmo transporte. Ele sairia apenas à meia-noite. Sentou-se, colocou os fones nos ouvidos e fechou os olhos.
Achou ter adormecido, abriu os olhos quando tocaram seu ombro avisando que logo partiriam. Agradeceu, levantou-se depressa e seguiu para o ônibus. Nem precisava, as outras pessoas sequer haviam levantado. Já com todos dentro, seguiram caminho. Não foi uma viagem longa, mas a espera, a partir de agora, seria. Não só porque o outro transporte só sairia à três da manhã, mas porque seriam as últimas horas de uma espera que parecia ter sido de uma vida. Que foi de uma vida inteira.
Estava com fome, não comera nada desde quando saiu de casa. Comprou um lanche e comeu. Depois colocou os fones novamente, fechou os olhos e adormeceu. Despertou perto das três horas, com uma luz forte. O ônibus havia chegado. Notou que batia os queixos, não estava acostumada com aquele frio.
Acomodou-se em seu assento e esperou todos fazerem o mesmo. Observava cada passageiro e imaginava quantos deles a acompanhariam até o seu destino. Uma senhora gorda que já estava dentro do ônibus roncava alto; um garoto de sua idade com fones de ouvido; sua vizinha de cadeira era uma mulher adulta, séria e que parecia ter sempre algo fétido por baixo do nariz; um homenzinho alegre, pregando a "Palavra do Senhor" para alguns fiéis sentados próximos (eram uns oito e ocupavam os primeiros lugares); um homem com óculos grandes, meio calvo, perto dos seus quarenta anos e sua filha que não parava de perguntar "vai chegar logo, papai?"; logo atrás, uma jovem de pouco mais de vinte anos com um bebê no colo.
Observou tanto cada passageiro que nem percebeu já estar em movimento. Olhou para trás e viu ainda um casal de idosos rezando um rosário juntos, um grupo de quatro adolescentes - duas moças e dois rapazes - tão parecidos que julgou serem primos. Não deixou de perceber, também, dois policiais, até respirirou mais aliviada.
Gastou muito tempo analisando os passageiros um a um, mas ainda tinha muito chão pela frente. Suas mãos suavam, apesar do frio. Tirou o celular do bolso, releu algumas mensagens, cada uma delas fazia seu coração bater mais forte.
Vez ou outra o ônibus parava em uma rodoviária. Ali passava alguns minutos e voltava à estrada. Logo na segunda parada, sua vizinha de cadeira desceu e foi substituída por uma velhinha simpática demais para as cinco da manhã.
Percebeu que não iria se livrar da senhorinha tagarela se não fingisse estar dormindo. Virou a cabeça para o lado da janela e fechou os olhos. Não queria adormecer, mas depois de passar um bom tempo ouvindo os ruídos do ônibus, mergulhou em sono profundo.
Acordou apenas quando o bebê começou a chorar. Ajeitou-se no assento, ainda meio atordoada e consultou o relógio. Faltava pouco para as oito. Abriu um largo sorriso e desejou que pudesse acender um cigarro. Agora era uma questão de pouco tempo.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

I

Era tão difícil deixá-la ali, no mesmo local onde, há quase um mês, tinha testemunhado seu sorriso e suas lágrimas pela primeira vez.
Recordava-se agora, daquela manhã de julho. Chovia fino às cinco da madrugada. Estava acordado desde cedo, ou melhor, não pregara os olhos por toda a noite.
O frio daquela manhã quase congelava o que estava na rua. Tomou um café forte, fumou um cigarro, tentou matar o tempo. Consultou o relógio. Ainda faltava muito para as oito. Não se importou, pegou o casaco pendurado na cadeira e saiu.
Deixou o carro na garagem. O tempo ainda estava nublado, mas já não chovia. Iria a pé até onde conseguisse, precisava que o tempo passasse o mais rápido possível. Era longe, ele sabia, mas nenhuma distância seria maior do que a suportada até então.
O vento era cortante, e chegava a queimar. Subiu o zíper do casaco até o pescoço, agasalhou bem as mãos e pôs-se a andar. Não sabia quanto e nem por quanto tempo estava caminhando, sentiu alguns pingos de chuva voltando a cair.
Abrigou-se sob o teto do estacionamento de uma padaria sem clientes, reconheceu estar quase no meio do caminho. Acendeu um cigarro e esperou até que passasse um táxi.
Não precisou esperar tanto. A simpática dona do estabelecimento ofereceu-se para chamar um taxista de sua confiança para levá-lo ao seu destino. Quando jogou fora a bituca do cigarro, um alegre senhor grisalho dirigindo uma carro quase tão velho como ele, acabara de chegar. Agradeceu à senhora, despediu-se e entrou o veículo. Tinha cheiro de coisa velha. Não questionou. Era quente e seco ali dentro, além disso, não tinha mais tanto tempo assim.
O velho saiu do carro, trocou algumas palavras com a amiga e voltou.
- Bom dia! - disse sorrindo - rodoviária?
Apenas balançou a cabeça afirmando. Imaginou ter sido a amiga quem dera a informação. Ela tinha feito algumas perguntas enquanto esperavam. Para espantar o tédio, ele achava. Olhou pela janela e agradeceu por não precisar ouvir mais perguntas. O motorista estava sempre com um sorriso, tagarelava sobre como estava frio, falava alguma coisa sobre futebol, mas não fazia perguntas.
A cidade estava vazia. Apostou que muitas famílias aproveitaram as férias para sair do interior. Também era cedo, o frio convidava as pessoas a ficarem mais tempo na cama. Via as árvores passando junto com as casas. Era tudo tão especialmente cinza, naquela manhã.
Quando chegou ao seu destino, ainda faltava um pouco mais de um quarto de hora para as oito. Pagou a corrida, agradeceu e dispensou o motorista. Precisaria de um carro mais tarde, mas aquele senhor demasiadamente falante iria estragar seu momento de angústia e ansiedade até as oito horas. O velho agradeceu com um largo sorriso e desejou um bom dia.
Agora era apenas ele e os poucos minutos. Acendeu outro cigarro, o nervosismo precisava ser acalmado. Sentou-se em um banco de frente para a garagem e esperou.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa...

...aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaavaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhh!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Roda, roda, roda...

É, roda a roda gigante pra gente acabar no mesmo lugar onde começou.
Roda a vida e eu estou no mesmo lugar desde quando me lembro. Apenas algumas coisas ficaram pra trás, menos do que eu gostaria.
Minha saia não roda mais com a mesma graça e leveza de antes.
Mais uma rodada de cerveja e minha cabeça roda até deitar no travesseiro.
Rodo na cama, sozinha. Rodo os olhos até dormir.

Quando acordo, a mesma parede branca me rodeia.
É sempre a mesma coisa, sempre começo no mesmo lugar que termino.

domingo, 19 de julho de 2009

Tudo...

Era sobre o que eu queria escrever, mas estou sentindo a minha criatividade reprimida por mil fatores externos e fico sem conseguir organizar nada direito.
Escutar Lulu Santos tentando pôr as idéias no lugar, também não ajuda.

Melhor seria se eu pudesse sair agora, fazer uma caminhada, fumar um cigarro e espairecer...




"Minha favorita... chegou esta pra você... (8)"

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Pior...

... é que nem os amigos são meus.

domingo, 12 de julho de 2009

Gineceu

Fico insuportavelmente carente, às vezes, e todas as coisas resolvem acontecer justamente nesses momentos..
Achava que muitas coisas não me atingiriam mais. Engano meu.


Mais uma semana pra esperar mais um mês.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

(...)

- Você ainda quer saber o que eu faria?
- Sim, claro!
- O silêncio não seria o sujeito, e sim o lugar. E, nesse cenário, eu seria o sujeito e você meu objeto direto. O período seria longo.
Começaria a te abusar pelas orelhas; alguns sopros frios que fazem cócegas. Depois passaria a soprar quente e riria da sua cara de bobo quando elas começassem a ficar molhadas.
Quando você levantasse, um pouco irritado, um pouco besta e se virasse para mim, eu não esperaria e enlaçaria os braços em volta do seu pescoço. Em seguida, enlaçarias os teus em minha cintura.
Beijarias minha testa, e eu,toda tua face. Maçãs do rosto, queixo, testa, ponta do nariz... Não chegaria aos lábios. Não agora. Sentiria tua respiração rápida em meu rosto, e respiraria calmamente.
Depois de beijar todos os pedaços que podia entre e o queixo e a testa, entre uma orelha e outra, exploraria um lugar novo: teu pescoço.
Nas pontas dos pés beijaria o mais escondido que pudesse alcançar. Tua cabeça relaxada e caída ajudaria. Teu cheiro me transformaria numa vampira sedenda de você. Os beijos não seriam mais suficientes, meus dentes estariam ansiosos pra te tocar. Prendo um pouco da tua carne entre eles, e eles se comprazem.
Minhas mãos, enquanto isso, viajariam no teu corpo. Cada curva, cada espaço. Tuas mãos prenderiam meus cabelos com força, quereriam me controlar, mas não terias forças.
Aos poucos, começarias a beijar-me no pescoço, também. Eu quem começaria a ceder. Irias me levando à parede aos pés da cama, até tocá-la. Seria eu, agora, a tua presa.

Segurarias minhas mãos acima da cabeça. Tua língua quente molharia minhas orelhas (eu encolheria e riria baixinho). Das orelhas, descerias à minha nuca. Os cabelos presos a deixavam nua. Soltarias minhas mãos e as correria pelo meu corpo. Beijarias meu colo, acima do primeiro botão da minha camiseta decotada em 'V'. Minha respiração começaria a ficar afobada.
Já não era mais o primeiro botão, mas o segundo. Uma renda discreta já poderia ser vista. Eu não queria perder o controle. Juntaria forças e te jogaria na cama, ao lado direito. Por cima, meu comando.

Sem ação, ficarias imóvel. Meu rosto frente a frente com o teu, a centrímetros. Os cabelos já não mais estariam controlados, mas soltos e revoltos, fazendo uma cortina entre nós e a parede.
Roubaria-te um beijo molhado e quente. Nossos corpos ficariam moles e desabaria totalmente meu corpo em cima do teu.
Selvagemente arrancaria pela cabeça sua camiseta já um pouco molhada de suor e permitiria mais um botão, dois. A renda já seria praticamente toda visível, agora. Beijos por toda a parte. Mãos por todos os lados. O silêncio seria quebrado por respirações constantes e fortes, a partir de agora.

...

- Não pare agora... por favor.
- Mas o silêncio acabou. Assim como acabou verdadeiramente.
- E você também parou de pensar nele?
- ...

sábado, 13 de junho de 2009

Silêncio

Era mais do que a simples ausencia de sons. Era o silêncio de um momento, mas também de uma vida inteira. Duas vidas.
Marés e turbilhões de pensamentos. Alguns momentos de transe. Médios sorrisos sem porquê.
A tua pele é fria, daqui. Tanto quanto o 'plasma', mas aposto que daí é quente, é brasa.

- Sabe no que eu estou pensando?
- Não fala ainda!

Não, nada podia atrapalhar aquele momento. Não naquela hora.

(...)

- No que você pensou?
- Em nada...
- Nada? Hm...
- Aquele silêncio... Não sei nem o que dizer.
- Não tem o que dizer!
- É, não tem.
- Jura que você não pensou em nadinha?
- Juro!
- Hm... Sabe no que eu estava pensando?
- Em quê?
- No que eu faria, estando aí...
- E o que você faria?

(...)

terça-feira, 9 de junho de 2009

O que passou, calou...

Aquela camiseta guardada, não leva mais teu cheiro.
Aquelas três doses de uísque jamais o trarão de volta.
Nem você, nem o cheiro.
Fico feliz. Depois de tanto tempo tentando fazer com que não fosse embora, agora nem preciso me esforçar para esquecê-lo.
As lembranças físicas que guardava de você, já são suas de novo faz muito tempo.
As lembranças que trago na memória, estão-se indo aos poucos.
Não te espero mais. Não te quero mais.

Bah... bobagem.
Eu não quero mesmo é te perder mais uma vez.


No fim, tenho meu coração aberto novamente. Um novo amor.
Lindo, mas incerto.
E o que virá, dirá.

sábado, 6 de junho de 2009

04:10

Tudo isso não me leva até o lugar que eu mais gostaria de estar no mundo.
Eu espero que as coisas aconteçam do jeito que quero.
Mas nem sempre é assim, não é mesmo, minha gente?



É, Anjo, você acertou no seu palpite.
Sou eu mesma.

Hahahaha.
Você me conhece mesmo.
Por isso e por muitas outras coisas, te amo! :*







Mais uma cerveja, por favor, Hernandes.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Minha tão grande culpa

Não pude sequer descansar dos sofrimentos de outrora. Esperava ter mais tempo para enxugar o rosto molhado de lágrimas passadas. Não achava que, tão cedo, me abraçaria novamente com meu travesseiro, como se este fosse meu único e melhor amigo no mundo, e depositaria em toda sua fofura mais um pranto sofrido.
Ah, coração bobo! Guarda tuas lágrimas para chorar a felicidade dos momentos que virão. Economiza o travesseiro para recostar as cabeças rodando de prazer. Espalha tua alegria a todos os teus amigos no mundo. Multiplica-a.
Não é sua culpa, amor, eu sei. É minha culpa, minha tão grande culpa. Eu não tenho o direito, eu não tenho. Perdoa-me por me ver assim? Ah, eu sei que perdoas, amor! Anjos são divinos, puros! Anjos não querem o mal. Perdoai o mal que faço!
Eu que devia estar ali. Não, eu ESTOU ali, mas não me vejo. Todo o cenário, todas as luzes, todas as cores, o vermelho, a graça... Não existiria nenhum mistério, nem a lua, nem flores desabrochadas... O amor viria em botão.
Ai de mim, amor! Eu vejo o que não vês. Por mais que digas que não, é ela. Em tuas entranhas, em tuas veias, em tua carne. É uma doença da qual não te curastes, nem sentes mais os sintomas. É feitiço de cigana, e foram seus olhos de mar negro que o fizeram. Ela te domina. E te castiga como quer.
Mas eu espero, amor. Espera também. Levarei-te a cura, junto com o calor. Então serás livre para mim. Inteiramente. Loucamente.


E paro por aqui, pois já não posso mais espaçar as nuvens de lágrimas que se formam e caem desde o pôr do sol. Como a chuva do dia todo. É o pranto voltando a doer no meu peito.



26/05/2009.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Devaneio

A noite chega sonolenta. Fecho os olhos cansados da luz e entrego a mente à escuridão vazia, que aflora os meus sentidos e trás você. Eu apenas espero.
Não tarda. Um semblante ilumina meu vazio. Chega sereno, manso, palpável. E, por ser palpável, sei que é sonho, ilusão, devaneio de uma mente entorpecida de paixão. Permaneço imóvel.
Um momento antes do toque. Rompante batimento cardíaco, o torpor toma conta não só da mente, mas de toda minh'alma e corpo nu, trêmulo com a tua presença. É um anjo, com cabelos em caracóis.
Não há censura. Posso tocá-lo. A pele é quente, é macia, é real. O arrepio na espinha, também. Acaricio teus cabelos, aliso tua face, prolongando o carinho até os ombros e, finalmente, enlaço os braços em volta do teu pescoço. Olhos nos olhos, cara a cara.
A respiração ofegante me deixa sentir teu hálito quente e doce. Café e cigarro. Inebriante, principalmente para mim. É mais que ecstasy, é êxtase.
Em um ato de selvageria, ataco e violo com um beijo pecador a boca sacra da criatura celestial presa em meus braços. Prolongo o sacrilégio sabotando cada curva deste santuário divino. Corpos quentes, como o inferno.
Agora são pernas, costas, barriga, sexos, suor, mãos, coxas, braços... todos enlaçados. Não há mais pecado ou perdão, anjo ou pecadora, são apenas dois corpos rubros e quentes formando um único ser. E mesmo sem ter ouvido tua voz, sei como é teu gemido de prazer. Eis o júbilo da união de duas almas.
Depois do estopim, os corpos caem, pálidos. Os gemidos cessam. Não digo adeus, mas abro os olhos. A manhã ruidosa mostra o céu nublado começando a abrir espaço para os primeiros raios indolentes do sol. É só a luz que cansa meus olhos voltando.

Mas eu só quero a escuridão.

Cinco meses.

sábado, 23 de maio de 2009

Roupa.

Troco a roupa da mesa, onde só sobraram as migalhas da última refeição feita.
Tiro a roupa do corpo, porque teu corpo o chama, também despido.
Troco a roupa da cama, molhada de suor, sêmen e lágrimas. Do antes, do durante, do depois.
Tiro a roupa de banho, encharcada da água morna com o cheiro que eu tentava me livrar, o seu.
Tiro as cortinas, troco as fotografias. Finjo que foi sonho e só.

Mas a não posso trocar a roupa da alma, não posso tirar as cicatrizes que ficam.
E não posso mais me olhar no espelho.
Eu não me vejo mais.

terça-feira, 5 de maio de 2009

É o mundo que anda hostil

Eu esperei tempo demais, precisava saber se tudo isso tinha mesmo algum porquê. Era o meu desejo, que tudo fizesse o mínimo de sentido. Sinceramente.
Mas agora eu vejo como é ingênuo, esperar uma página qualquer na internet manter próximas pessoas pouco interessadas em unir-se, e que preferem a distância umas das outras na vida real.
Sim, não querem mesmo ficar juntas. Quando uma delas erra, não tem o direito de explicar-se ou desculpar-se. Qualquer palavra um pouco menos suave é tida como ofensa, uma chateação boba torna-se motivo para deixarem de se falar. Conversas mal terminadas, a não-aceitação do que a outra é ou não, o não respeitar as escolhas...
Por isso o sentido disso tudo não existe mais pra mim. E eu sei que não é SÓ pra mim. Não fui a única a perceber a desconfiança e indiferença por trás de toda essa imagem de 'amigas para sempre'.
Sinto lhe informar, mas amizade não é isso! Amizade é Amor! E amor é a aceitação de tudo o que o outro (que escolhemos para ficar ao nosso lado) é. É estar disposta a nào só apontar os erros daquela pessoa amana, mas também ajudá-la a melhorar suas atitudes em vezes futuras. Eu sei o que é o Amor, eu sei o que é a Amizade. E não é isso!

'Mãe', já sei por qual motivo você foi eleita a 'nossa mãe', sei ainda mais porquê a 'mãe da mãe' é quem é. Maturidade, pra apoiar e dar a mão quando a gente vacilar. Com vocês eu cresci e aprendi muito sobre as minhas atitudes. Agradeço aqui, de ante-mão, o que fizeram por mim.

Peço ainda, do fundo do meu coração, desculpas à quem magoei. Se serão aceitas ou não, só depende de vocês. E desculpo àquelas que me magoaram. Mas o quebrado, mesmo depois de colado, sempre falta um pedaço. Não é como as rachaduras finas que, se cuidar-mos bem , não passarão disso e serão quase imperceptíveis.

O que dizer sobre a relação de irmãos, então?

Começando do começo, a relação 'primogênito x caçula'. São os irmão mais separados (tanto na faixa etária como em interesses), as maiores brigas não passam de simples ataques pra ver quem chama mais atenção do ai e/ou da mãe. Para todas as outras coisas, eles sabem que não faltará colo ou alguém pra acobertar quando você come toda a lata de leite Moça.
Dizem que os (G)gêmios sào muito parecidos em tudo. Talvez essa semelhança de gênios não tenha ajudado muito para as coisas irem bem... é como dizem por aí 'dois bicudos não se beijam'. Mas irmãos são irmãos, se amam! E, mesmo que guardem só para si, eles sabem disso.

A relação mais complicada, é com aquela pessoa sensível, principalmente quando você não sabe medir as palavras. Quando até mesmo em uma conversa qualquer, suas palavras sae como alfinetes e espetam a pele daquela criatura tão frágil. Mas você não sabe lidar com isso, e até as desculpas parecem ásperas, ainda que sinceras...


Nao escolhemos as pessoas que Deus coloca em nosso caminho, mas os amigos são mesmo a família que Ele nos permite escolher, para que permaneçam ao nosso lado. Mas, como todos sabemos: nem toda família (ou nenhuma delas) é perfeita. Paciência...

Assim, dou adeus à esse espaço ínfimo e hostil e sem sentido reservado à uma amizade decadente e criado por desencargo de consiência, e chamo quem quiser vir comigo para uma vida real e mais sincera.



P.S.: Eu nào esqueci de você, besta. ♥

17h20
-

"Eu sou o que vocês são.
Não solta da minha mão, não solta da minha mão..."

domingo, 3 de maio de 2009

IX

- Adeus, disse ele à flor.
Mas a flor não respondeu.
- Adeus, repetiu ele.
A flor tossiu. Mas não era por causa do resfriado.
- Eu fui uma tola, por fim. Peço-te perdão. Trata de ser feliz.
A ausência de censuras o surpreendeu. Ficou parado, inteiramente sem jeito, com a redoma no ar. Não podia compreender essa calma doçura.
- É claro que eu te amo, disse -lhe a flor. Foi por minha culpa que não soubeste de nada. Isso não tem importância. Foste tão tolo quanto eu. Trata de ser feliz... Mas pode deixar em paz a redoma. Nào preciso mais dela.
- Mas o vento...
- Não estou assim tão resfriada... O ar fresco da noite me fará bem. Eu sou uma flor.
- Mas os bichos...
- É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas. Dizem que são tão belas! Do contrário, quem virá visitar-me? Tu estarás longe... Quanto aos bichos grandes, não tenho medo deles. Eu tenho minhas garras.
Ela mostrava ingenuamente seus quatro espinhos. Em seguida acrescentou:
- Não demores assim, que é exasperante. Tu decidiste partir. Vai-te embora!
Pois ela não queria que ele a viste chorar. Era uma flor muito orgulhosa...


-

Gostariam que compreendessem porque gostaria de ser a flor...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Gentileza.

Apagaram tudo, pintaram tudo de cinza.
Só restou no muro: tristeza e tinta fresca.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

.

Acho que parar de procurar é a solução pra encontrar.
É isso.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Again I go Unnoticed.

No aconchego do que eu já tinha esquecido. Aquele cheiro que, de repente, torna-se familiar. Aquela posição de dormir que encaixa direitinho. Os centrímetos que faltam e que sobram parece que foram milimetricamente calculados.

E mesmo tudo tão próximo, parece que está perdido onde eu não posso alcançar. É aquela história de estar longe e perto ao mesmo tempo.

E eu duvido que alguém saiba as intenções por trás disso tudo.
Ou como eu me sinto.
Mas desconfio.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

As Lovers go.

Não tem nada melhor do que comer chocolate e tomar um litro de sorvete assistindo àqueles filmes que não servem pra nada, além de fazer você pensar em como a sua vida amorosa é uma piada.

Aquele carinha do colegial que era o amor perfeito pra você, bom... era o que VOCÊ achava! Depois do primeiro beijo e da primeira conversa, você mudou TOTALMENTE de opinião. Alguém que você achava que ia amar para sempre, como em contos de fadas e que era, na verdade, o grande vilão da história. Ou aquele que você nunca pensou que podia ser o grande amor da sua vida e pimba, você não consegue mais se ver sem ele. Vocês são perfeitos um pro outro, se amam! Mas, por qualquer motivo bobo, adeus...
O que sobra? Aquela sensação de que foi o que tinha que ser. 'Não vou atrás e nem ele vem também. Vamos colocar o orgulho acima do amor, CLARO!'

No final, você vai se acomodar e viver com aquela pessoa que te compreende, te conforta, diz o que você quer ouvir e quer ter a mesma quantidade de filhos que você.
Grande coisa. Você não o ama. Mas não quer ficar pra titia.

Aí você olha pra trás e pensa "Podia ser diferente, se eu pedisse (ou aceitasse) desculpas a ele...

Ele não queria morar em uma casa, nem ter tantos filhos como eu. Nem torce pro mesmo time que torço e nem gosta tanto assim dos mesmos filmes que gosto.
Mas era amor..."





Amor... que grande piada.
Só não quero ficar pra tia.

Adeus.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Lia e Rosa.

Era tão real.
Era devaneio.
Era meio a meio.
Meio Rosa.
Meio Lia.
Meio Rosa.
Meio dia.
Meia lua.
Meio Lia.

domingo, 29 de março de 2009

Ao som dos Bandolins.

E eu muito feliz.
Felicidade que eu não posso explicar e que veio de surpresa.
Ao som de uma tirada rápida de pé da embreagem, de um grito de gol, de horas treinando as músicas mais barulhentas do GuitarHero e, é claro, dos bandolins.



Felicidaaaaade, que saudaaaaaaaade de você!!! (8)

quinta-feira, 19 de março de 2009

Mon Petit Prince.

Com toda a licença do autor.


"A gente é eternamente responsável por aquilo que cativou", se é assim mesmo, não sei se te cativei. Mas não importa. Você me cativou, e me conhece o bastante pra saber o quanto eu não ligo que sejas, para mim, quase um mistério. Porque eu amo esse desconhecido tanto quanto as coisas que já conheço, ou talvez mais.
Quando estavas para vir às dez da noite, desde às nove eu começava a ser feliz. Quanto mais perto estava a hora, mais feliz eu ficava. Às dez, então, eu conhecia o preço da felicidade. Agora não virás mais. Só enquanto durmo. Assim, desde manhã, quando acordo até quando deito, fico inquieta por não saber se virás ou não visitar-me em meus sonhos.
(...)

E quando chegou a hora da partida, eu quis chorar. Se era culpa minha ou sua, eu não sei! Você não queria me machucar, me fazer mal (e ainda não quer, eu acredito!). Mesmo assim, eu quis ser cativada por ti.
Eu ia chorar. Ah! Eu ia! (E depois, chorei). Mas fiquei feliz, porque lucrei alguma coisa. Um banho de chuva numa esquina na Moeda. Um 'U' faltando em uma palavra. Lucrei porque, mesmo que me peçam para parar, ainda assim, eu acho graça.

Você conhece muitas rosas, dentre as quais poderias ter escolhido uma, ou várias, ou todas. Mas já tens, em algum lugar , a rosa que te cativou, que é a mais importante. Por isso não te deixas cativar pelas outras. Todas as outras. Belas, mas vazias.

Você era para mim um garoto como cem mil outros. E eu não tinha necessidade de ti. Mas você me cativou. E, se também te cativei, "serás para mim único no mundo. E serei para ti única no mundo".
E assim você me deixou, raposa melancólica a olhar o trigo dourado sob o sol. Enquanto eu, em meu íntimo, gostaria de ser a rosa frágil que cativou e espera, em algum lugar, o pequeno príncipe, MEU pequeno príncipe.

De Dirceu, Marília.
18/03/09. 19h30

terça-feira, 17 de março de 2009

Romeo & Juliet

Acabei de assistir "Romeu & Julieta" (versão com Leonardo Di Caprio).
Sou muito de chorar com filmes, mas nem chorei com esse.
Não queria chorar com um filme de amor.
Já bastam as histórias reais de amores (quase) impossíveis.

Primeiro.

Hoje eu tomei uma banho chuva voltando da aula.
Esse tempo doido me lembra o carnaval, principalmente quando chove.
As noites de chuva no Recife Antigo foram as melhores noites.






Ah... o carnaval.