sexta-feira, 19 de junho de 2009

(...)

- Você ainda quer saber o que eu faria?
- Sim, claro!
- O silêncio não seria o sujeito, e sim o lugar. E, nesse cenário, eu seria o sujeito e você meu objeto direto. O período seria longo.
Começaria a te abusar pelas orelhas; alguns sopros frios que fazem cócegas. Depois passaria a soprar quente e riria da sua cara de bobo quando elas começassem a ficar molhadas.
Quando você levantasse, um pouco irritado, um pouco besta e se virasse para mim, eu não esperaria e enlaçaria os braços em volta do seu pescoço. Em seguida, enlaçarias os teus em minha cintura.
Beijarias minha testa, e eu,toda tua face. Maçãs do rosto, queixo, testa, ponta do nariz... Não chegaria aos lábios. Não agora. Sentiria tua respiração rápida em meu rosto, e respiraria calmamente.
Depois de beijar todos os pedaços que podia entre e o queixo e a testa, entre uma orelha e outra, exploraria um lugar novo: teu pescoço.
Nas pontas dos pés beijaria o mais escondido que pudesse alcançar. Tua cabeça relaxada e caída ajudaria. Teu cheiro me transformaria numa vampira sedenda de você. Os beijos não seriam mais suficientes, meus dentes estariam ansiosos pra te tocar. Prendo um pouco da tua carne entre eles, e eles se comprazem.
Minhas mãos, enquanto isso, viajariam no teu corpo. Cada curva, cada espaço. Tuas mãos prenderiam meus cabelos com força, quereriam me controlar, mas não terias forças.
Aos poucos, começarias a beijar-me no pescoço, também. Eu quem começaria a ceder. Irias me levando à parede aos pés da cama, até tocá-la. Seria eu, agora, a tua presa.

Segurarias minhas mãos acima da cabeça. Tua língua quente molharia minhas orelhas (eu encolheria e riria baixinho). Das orelhas, descerias à minha nuca. Os cabelos presos a deixavam nua. Soltarias minhas mãos e as correria pelo meu corpo. Beijarias meu colo, acima do primeiro botão da minha camiseta decotada em 'V'. Minha respiração começaria a ficar afobada.
Já não era mais o primeiro botão, mas o segundo. Uma renda discreta já poderia ser vista. Eu não queria perder o controle. Juntaria forças e te jogaria na cama, ao lado direito. Por cima, meu comando.

Sem ação, ficarias imóvel. Meu rosto frente a frente com o teu, a centrímetros. Os cabelos já não mais estariam controlados, mas soltos e revoltos, fazendo uma cortina entre nós e a parede.
Roubaria-te um beijo molhado e quente. Nossos corpos ficariam moles e desabaria totalmente meu corpo em cima do teu.
Selvagemente arrancaria pela cabeça sua camiseta já um pouco molhada de suor e permitiria mais um botão, dois. A renda já seria praticamente toda visível, agora. Beijos por toda a parte. Mãos por todos os lados. O silêncio seria quebrado por respirações constantes e fortes, a partir de agora.

...

- Não pare agora... por favor.
- Mas o silêncio acabou. Assim como acabou verdadeiramente.
- E você também parou de pensar nele?
- ...

sábado, 13 de junho de 2009

Silêncio

Era mais do que a simples ausencia de sons. Era o silêncio de um momento, mas também de uma vida inteira. Duas vidas.
Marés e turbilhões de pensamentos. Alguns momentos de transe. Médios sorrisos sem porquê.
A tua pele é fria, daqui. Tanto quanto o 'plasma', mas aposto que daí é quente, é brasa.

- Sabe no que eu estou pensando?
- Não fala ainda!

Não, nada podia atrapalhar aquele momento. Não naquela hora.

(...)

- No que você pensou?
- Em nada...
- Nada? Hm...
- Aquele silêncio... Não sei nem o que dizer.
- Não tem o que dizer!
- É, não tem.
- Jura que você não pensou em nadinha?
- Juro!
- Hm... Sabe no que eu estava pensando?
- Em quê?
- No que eu faria, estando aí...
- E o que você faria?

(...)

terça-feira, 9 de junho de 2009

O que passou, calou...

Aquela camiseta guardada, não leva mais teu cheiro.
Aquelas três doses de uísque jamais o trarão de volta.
Nem você, nem o cheiro.
Fico feliz. Depois de tanto tempo tentando fazer com que não fosse embora, agora nem preciso me esforçar para esquecê-lo.
As lembranças físicas que guardava de você, já são suas de novo faz muito tempo.
As lembranças que trago na memória, estão-se indo aos poucos.
Não te espero mais. Não te quero mais.

Bah... bobagem.
Eu não quero mesmo é te perder mais uma vez.


No fim, tenho meu coração aberto novamente. Um novo amor.
Lindo, mas incerto.
E o que virá, dirá.

sábado, 6 de junho de 2009

04:10

Tudo isso não me leva até o lugar que eu mais gostaria de estar no mundo.
Eu espero que as coisas aconteçam do jeito que quero.
Mas nem sempre é assim, não é mesmo, minha gente?



É, Anjo, você acertou no seu palpite.
Sou eu mesma.

Hahahaha.
Você me conhece mesmo.
Por isso e por muitas outras coisas, te amo! :*







Mais uma cerveja, por favor, Hernandes.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Minha tão grande culpa

Não pude sequer descansar dos sofrimentos de outrora. Esperava ter mais tempo para enxugar o rosto molhado de lágrimas passadas. Não achava que, tão cedo, me abraçaria novamente com meu travesseiro, como se este fosse meu único e melhor amigo no mundo, e depositaria em toda sua fofura mais um pranto sofrido.
Ah, coração bobo! Guarda tuas lágrimas para chorar a felicidade dos momentos que virão. Economiza o travesseiro para recostar as cabeças rodando de prazer. Espalha tua alegria a todos os teus amigos no mundo. Multiplica-a.
Não é sua culpa, amor, eu sei. É minha culpa, minha tão grande culpa. Eu não tenho o direito, eu não tenho. Perdoa-me por me ver assim? Ah, eu sei que perdoas, amor! Anjos são divinos, puros! Anjos não querem o mal. Perdoai o mal que faço!
Eu que devia estar ali. Não, eu ESTOU ali, mas não me vejo. Todo o cenário, todas as luzes, todas as cores, o vermelho, a graça... Não existiria nenhum mistério, nem a lua, nem flores desabrochadas... O amor viria em botão.
Ai de mim, amor! Eu vejo o que não vês. Por mais que digas que não, é ela. Em tuas entranhas, em tuas veias, em tua carne. É uma doença da qual não te curastes, nem sentes mais os sintomas. É feitiço de cigana, e foram seus olhos de mar negro que o fizeram. Ela te domina. E te castiga como quer.
Mas eu espero, amor. Espera também. Levarei-te a cura, junto com o calor. Então serás livre para mim. Inteiramente. Loucamente.


E paro por aqui, pois já não posso mais espaçar as nuvens de lágrimas que se formam e caem desde o pôr do sol. Como a chuva do dia todo. É o pranto voltando a doer no meu peito.



26/05/2009.