O ônibus finalmente chegara ao seu destino. A senhora ao seu lado, ao ver que estava desperta, desatou a falar mais uma vez. Não ouvia uma palavra, só estava ansiosa para sair dali.
Observava os passageiros sumindo um por um pela porta e quase atropelava a velhinha para que pudesse sair logo, também.
Pegou a mochila que estava no bagageiro acima de seu assento, pôs sobre os ombros e começou a andar lentamente atrás de todas aquelas pessoas. Será que ele já estaria lá? Se não, quanto tempo ainda precisaria esperar? Tinha vontade de pedir para aquela senhora se calar!
Chegaram nos degraus e ela já conseguia olhar lá fora. Sorriu. Via o sol, finalmente, naquela manhã e ele não estava no céu.
Andou em sua direção, sorrindo sempre. Não conseguia pensar em nada, seus dedos congelavam como os de um morto, apesar de ter certeza de que seu coração estava batendo, e forte.
-Tá frio, né? - de súbito, pendurou-se no pescoço dele em um longo e forte abraço. Ainda sorrindo, sentiu lágrimas escorrendo em sua face.